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Cidades da Zona da Mata de Alagoas registraram mais de 40 dias de altas temperaturas em 2024

Levantamento aponta máximas de até 36°C em municípios da região, refletindo o impacto das mudanças climáticas e a pior seca da história do Brasil

Cidade no Nordeste foi classificada como de clima árido - Fotos: Arquivo pessoal

Em 2024, as cidades da Zona da Mata de Alagoas enfrentaram um dos anos mais quentes da história, com temperaturas extremas que ultrapassaram os 35°C e impactaram diretamente a vida da população. De acordo com um levantamento exclusivo feito a pedido do portal g1, mais de 6 milhões de brasileiros sofreram com pelo menos 150 dias de calor extremo, com registros de temperaturas máximas em diversos municípios.

Em União dos Palmares, foram registrados 43 dias de calor extremo, com a máxima atingindo 36°C. Ibateguara, outra cidade da região, também vivenciou o impacto das altas temperaturas, com 32 dias de calor extremo e máximas de 35°C. Santana do Mundaú teve 41 dias de calor intenso, com picos de 35°C, enquanto Murici e Branquinha se destacaram com 48 dias de calor extremo, com termômetros alcançando 36°C. São José da Laje, por sua vez, registrou 34 dias de calor extremo, com temperaturas também chegando a 35°C.

Esses dados fazem parte de um estudo mais amplo realizado pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden), com a utilização de dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O estudo revelou que, em todo o Brasil, 111 cidades enfrentaram mais de 150 dias de calor extremo em 2024, sendo que todas as cidades brasileiras tiveram, ao menos, um dia com temperaturas máximas extremas.

A análise também trouxe à tona o impacto global das altas temperaturas. O ano de 2024 foi marcado pela pior seca da história do Brasil, afetando principalmente as regiões Norte e Nordeste, com consequências visíveis, como o aumento de incêndios e a escassez de água. Além disso, as altas temperaturas contribuíram para o aumento de casos de doenças como a dengue, que registraram números alarmantes em todo o país.

O cenário também é um reflexo das mudanças climáticas, que não são mais eventos isolados, mas parte de uma tendência global crescente. A existência de áreas com clima árido no Brasil, como identificada na Bahia, é uma evidência das mudanças que afetam diferentes regiões do país.