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Caso Braskem: estudo aponta movimentações do solo além da Av. Fernandes Lima

Defensoria Pública de Alagoas alerta para falhas no monitoramento e pede revisão urgente da delimitação da área de risco

Trecho extraído do Mapa de Linhas e Ações Prioritárias de 2019, com destaque para as “áreas ilhadas” (círculo em preto) dentro da área de remoção (verde claro e rosa) - Fotos: Reprodução

A Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL) divulgou, nesta terça-feira (11), uma Nota Técnica elaborada pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) que aponta indícios de subsidência em áreas de Maceió além dos limites oficiais de risco estabelecidos. O documento, publicado em abril de 2022, mas só agora conhecido pela DPE/AL, revela que a extensão do afundamento do solo pode estar subestimada desde 2022, com movimentações detectadas até além da Avenida Fernandes Lima.

O defensor público Ricardo Melro, do Núcleo de Proteção Coletiva, destacou a necessidade de esclarecimentos urgentes com a CPRM e a Defesa Civil. “É fundamental entender o cenário atual e exigir providências para proteger a população e os imóveis afetados”, afirmou. A Nota Técnica indica que áreas como Flexal de Cima, Flexal de Baixo, Bom Parto e Marquês de Abrantes, que estão fora da zona oficial de risco, apresentam sinais de subsidência.

O documento também aponta falhas no monitoramento do solo, destacando que o método atual de interferometria pode ignorar subsidências menores que 5 mm/ano. Rachaduras possivelmente ligadas ao afundamento foram identificadas, mas a confirmação depende de estudos mais detalhados, como o uso de Laser Scanner e topografia de alta precisão, que nunca foram realizados.

Além disso, a Nota Técnica alerta que os impactos sociais, econômicos e psicológicos da subsidência seguem sem mitigação adequada, deixando a população exposta a riscos. A velocidade do afundamento registrada em 2022 não foi somada à de 2018, o que pode mascarar a gravidade do problema.

Ricardo Melro anunciou que a Defensoria recomendará à CPRM e à Defesa Civil a implementação de metodologias mais precisas, como o Laser Scanner e a topografia detalhada, além da revisão da delimitação da área de risco e novas inspeções nas regiões do Flexal de Cima e Flexal de Baixo.