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Instituto em Murici faz da leitura um caminho para cidadania e transformação
Projeto idealizado por Diógenes Tenório Júnior busca democratizar o acesso aos livros, valorizar talentos locais e transformar vidas

“Ler é permitir-se ser mais.” A frase do historiador Leandro Karnal resume o espírito por trás do Instituto Lenira Tenório (ILT), organização sem fins lucrativos fundada em agosto de 2024 pelo advogado, escritor e acadêmico Diógenes Tenório Júnior. Nascido em Murici, Zona da Mata alagoana, ele transformou sua paixão pela literatura em um projeto social com propósito claro: democratizar o acesso à leitura, valorizar a cultura local e promover cidadania.
Inspirado por pensadores como Paulo Freire, que defendia a leitura como ato de amor e libertação, e George Orwell, que via na literatura uma ferramenta de esperança e formação política, Diógenes afirma que “a leitura é um instrumento poderoso de libertação pessoal e coletiva”. A partir dessa crença, nasceu o ILT — uma semente plantada no coração da comunidade muriciense.
Mais que promover o hábito da leitura, o Instituto Lenira Tenório atua como um centro de iniciativas que colocam a educação e a cultura como alicerces para a transformação social, com foco especial nas crianças, jovens e artistas locais.
“Queremos incentivar a solidariedade e o acolhimento ao próximo, realizando ações que contribuam para uma sociedade mais humanizada. Firmaremos parcerias com órgãos públicos e entidades privadas, construindo uma linha de atuação que tem como prioridade máxima o desenvolvimento humano, em todas as suas dimensões”, explica Diógenes, que também integra a Academia Alagoana de Letras e o Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas.
Uma paixão que começou cedo
Criado em uma família de classe média baixa, estudando em escola pública até o fim do ensino fundamental, Diógenes conta que sua relação com os livros começou cedo, aos sete anos, quando leu Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato, na biblioteca pública de Murici. “Foi como se um novo mundo se descortinasse diante dos meus olhos. Uma paixão fulminante, que permanece viva até hoje”, relata.
Essa vivência o motivou a fundar o instituto que leva o nome de sua mãe, Lenira Cavalcante Tenório, uma mulher lembrada em Murici por sua fé, bondade e dedicação ao bem comum. “Seu legado atravessou gerações, deixando uma marca profunda na memória da cidade”, diz o filho.
Além da literatura, o Instituto Lenira Tenório já traçou planos para abraçar outras expressões artísticas e culturais da cidade. Entre os projetos em desenvolvimento estão:
• Ponto de Cultura em Murici
• Levantamento e cadastro de artesãos locais para participação em feiras
• Instalação de um Museu de Arte Popular com obras de artistas muricienses
• Publicação de coletâneas e reedição de livros de autores locais
• Feira Literária de Murici
• Projeto “Encontro com o Autor” em escolas
• Apresentações de música clássica na Igreja Matriz, com o projeto “Música na Matriz”
• Sarau “Poesia Musicada” em bares e restaurantes da cidade
Essas ações, segundo Diógenes, visam despertar o senso de pertencimento, ampliar horizontes e plantar esperança — sempre com os livros, a cultura e o afeto como ponto de partida.
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