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Vendedora de Maceió sofre discriminação racial por usar tranças nagô no trabalho
Instituto do Negro de Alagoas entra em cena para defender vítima de racismo estrutural

Um caso de discriminação racial está causando comoção em Alagoas. Gabriela Barros, 23 anos, vendedora de uma empresa de consórcios em Maceió, foi vítima de racismo ao ser proibida de usar tranças nagô - penteado tradicional da cultura negra - no ambiente de trabalho. O Instituto do Negro de Alagoas (INEG/AL) assumiu a defesa da jovem, caracterizando o caso como emblemático do racismo estrutural no mercado de trabalho alagoano.
A situação ocorreu quando a chefia de Gabriela condicionou sua permanência no emprego à remoção das tranças, alegando que o penteado "não seguia o padrão da empresa". A trabalhadora, que documentou as conversas através de gravações, ouviu da superior hierárquica a proibição explícita de "cabelos que não sejam padrão". O INEG/AL classificou a conduta como violação clara dos direitos fundamentais e da dignidade da trabalhadora.
"Estamos diante de um caso típico de racismo institucional. As tranças nagô fazem parte da identidade cultural negra e sua proibição configura discriminação", afirma a coordenação do INEG/AL. O advogado Pedro Gomes, que representa Gabriela com apoio do Instituto, reforça que se trata de dispensa discriminatória: "Não há justificativa técnica ou profissional que sustente essa restrição. É racismo puro e simples".
O caso ganhou repercussão nas redes sociais e vem mobilizando entidades do movimento negro em Alagoas. O INEG/AL anunciou que acompanhará todo o processo judicial e prestará todo suporte necessário à vítima. O Instituto aproveitou para convocar a sociedade alagoana a refletir sobre práticas discriminatórias ainda enraizadas no mercado de trabalho.
Com informações da Assessoria de Comunicação do Instituto do Negro de Alagoas (INEG/AL)
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