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Em júri na próxima sexta (6), MPAL vai pedir condenação de serial killer por morte de mulher trans
Albino Santos de Lima será julgado pelo assassinato de Louise Gbyson Vieira de Melo

Feminicídio, motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Essas são as qualificadoras apontadas pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) que serão sustentadas na próxima sexta-feira (6/6), em um novo júri popular que terá como réu Albino Santos de Lima, conhecido como o “serial killer de Maceió”. Desta vez, ele vai a júri pelo assassinato de Louise Gbyson Vieira de Melo, nome social de Hudson Gbyson Vieira de Melo, assassinada a tiros na noite do dia 11 de novembro de 2023, no bairro Vergel do Lago.
Segundo investigações, a vítima retornava a pé da escola, quando suspeitou que estaria sendo perseguida. Ela então pediu ajuda a uma amiga, que a acompanhou até a casa onde morava. Ambas notaram que o carro, que supostamente as seguia, teria feito a volta e saído da rua. Porém, logo em seguida, a vítima foi surpreendida pelos disparos de arma de fogo, que a atingiram na cabeça, causando sua morte.
Posteriormente, em depoimento à polícia, duas amigas de Louise Gbyson Vieira de Melo informaram ter avistado a aproximação do autor dos disparos, que seria um homem de estatura média, vestido de preto.
Após a morte de outra jovem com características semelhantes às da vítima e na qual o autor empregou o mesmo modus operandi, a polícia passou a investigar os crimes de forma integrada, o que levou à identificação do denunciado Albino Santos de Lima como sendo o autor do feminicídio contra Louise Gbyson Vieira de Melo.
Durante as investigações, também foram apreendidas com o réu máscaras e luvas pretas, munições e uma pistola. Uma perícia de confronto balístico confirmou que o projétil retirado do corpo da vítima Louise Gbyson saiu dessa mesma pistola.
De acordo com o promotor de Justiça Antônio Luís Vilas Boas, titular da 47ª Promotoria de Justiça da Capital, há nos autos comprovações de que o denunciado teria iniciado o “stalking” contra Louise Gbyson após tê-la visto na academia, passando cerca de sete meses observando as movimentações nas redes sociais, captando todas as informações necessárias para se aproximar dela sem possibilitar qualquer chance de fuga, o que fatalmente ocorreu.
“A obsessão do denunciado é por vítimas que possuem um perfil físico muito consistente, que se repete, assim como o modus operandi calculista empregado: escolher, pesquisar, planejar, perseguir, trajar-se de forma específica e executá-las em período noturno, saindo a pé do local, com a frieza e tranquilidade de quem, equivocadamente, crê na impunidade”, apontou o promotor.
“O comportamento de ojeriza ao sexo feminino proveniente de um sentimento alimentado pelo denunciado, inclusive ao xingar e menosprezar vítimas em razão do gênero, bem assim a prática do crime contra a mulher como exercício de dominação e sujeição, não deixam margem de dúvidas de que o fato apurado se trata de um feminicídio”, acrescentou.
O julgamento de Albino Santos de Lima, na próxima sexta-feira (6), ocorrerá na 7ª Vara Criminal da Capital.
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