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MP de Alagoas apura fuga de major da PM que matou filho e ex-cunhado em Maceió

Promotoria acompanha o caso e cobra rigor na apuração da fuga, além de reforçar a urgência de cuidados com a saúde mental na Polícia Militar

Fachada da sede do Ministério Público de Alagoas - Fotos: MPAL

O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) anunciou nesta segunda-feira (9/6) que irá acompanhar de perto as investigações sobre a fuga do major da PM Pedro Silva, ocorrida no sábado (6), da Academia da Polícia Militar, no bairro Trapiche da Barra, em Maceió. O oficial, preso por violência doméstica desde janeiro, conseguiu sair da unidade sem autorização, foi até a casa da ex-companheira e assassinou o próprio filho e o ex-cunhado. O major morreu durante a ação de resgate feita pelo Bope.

O procedimento será conduzido pela promotora Karla Padilha, da 62ª Promotoria da Capital, responsável pelo Controle Externo da Atividade Policial. Segundo ela, o MP já requisitou imagens das câmeras de segurança e informações sobre o plantão do dia da fuga, além de questionar como o detento teve acesso a um celular para gravar vídeos dentro da instituição.

A promotora também enfatizou a gravidade da situação e a necessidade de apuração rigorosa. “É necessário que se apure com extremo rigor esse fato para que futuros casos não ocorram, e para além disso, para que se identifique e puna quem foram os responsáveis por essa fuga, que pode ter ocorrido por uma conduta omissiva ou comissiva (comportamento ativo que gera consequências legais, podendo ser intencional). Se ela não tivesse ocorrido, três mortes poderiam ter sido evitadas”, declarou.

O MP também voltou a cobrar ações concretas em relação à saúde mental dos militares. Karla Padilha lembrou que em 2023 o órgão ajuizou uma ação civil pública para exigir a contratação de psiquiatras para a PM, mas o pedido foi negado em primeira instância. O Ministério Público recorreu.

“A realidade da Polícia Militar de Alagoas é grave, e casos como esse, do último sábado, são tragédias já anunciadas. Existem muitos policiais adoecidos, tanto pela ausência de um acompanhamento sistemático pós-trauma no exercício da função, quanto porque estão dependentes de substâncias lícitas e ilícitas, o que pode induzi-los a cometer episódios de violência doméstica, dentre outros”, alertou a promotora.

Os corpos de Pedro Silva e Altamir Moura foram sepultados nesta segunda-feira (9). O enterro do menino Pierre está previsto para esta terça-feira (10), em Palmeira dos Índios.

*Com informações da Assessoria