A Polícia Civil de Alagoas (PCAL) deflagrou, nesta quarta-feira (3/12), a Operação Sorte de Areia, uma ofensiva coordenada pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), sob comando do delegado Igor Diego. A ação foi realizada em parceria com as polícias civis de Goiás, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro, reforçando o caráter interestadual da investigação.

Ao todo, foram cumpridos 21 mandados judiciais — seis de prisão preventiva e quinze de busca e apreensão — todos expedidos pela 17ª Vara Criminal de Maceió. O objetivo foi desmantelar uma organização criminosa especializada em golpes de estelionato e lavagem de dinheiro, responsável por um esquema nacional que enganava funcionários de lotéricas ao se passar por falsos proprietários.

Segundo as investigações, os criminosos induziam os funcionários a pagar boletos adulterados, cujo dinheiro era imediatamente fragmentado em contas de laranjas antes de retornar às contas dos líderes da quadrilha. Só em Alagoas, as fraudes ultrapassaram R$ 1 milhão, e a maior parte dos integrantes identificados é oriunda do estado de Goiás.

De acordo com o delegado José Carlos, da Divisão Especial de Combate à Corrupção (Deccor/PCAL), o avanço da apuração foi possível graças ao compartilhamento de informações com o Grupo Especial de Investigação Criminal (GEIC), de Anápolis, que já vinha investigando os mesmos criminosos em outras operações.

Durante a ofensiva, duas pessoas foram presas, cinco veículos foram recolhidos e diversos bens foram apreendidos. Além disso, houve determinação judicial de bloqueio patrimonial que pode chegar a R$ 3 milhões. Em Goiás, onde parte das diligências foi executada pela Polícia Civil local, um homem — marido de uma investigada — foi autuado por posse irregular de arma de fogo.

Quatro suspeitos seguem foragidos: o líder da organização, que vive em São Paulo; dois comparsas em Goiás; e um jogador de futebol profissional que atua atualmente no leste europeu. A delegada Maria Eduarda, da Polícia Civil de Alagoas, afirmou que já estão em andamento as medidas legais para localizar e capturar todos os procurados, inclusive o investigado que se encontra fora do país.

O delegado Igor Diego destacou que a operação só foi possível graças à integração entre forças policiais e ao apoio do Ministério da Justiça, por meio da Operação Renorcrim e do programa Impulse, além da colaboração dos estados envolvidos.

A Polícia Civil de Alagoas ressaltou que a Sorte de Areia reforça o compromisso de investigar com rigor, desarticular estruturas criminosas complexas e garantir que os responsáveis por fraudes em larga escala respondam perante a Justiça.