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Entidades ameaçam processar veículos de comunicação por exposição de delegado preso

MP diz que delegado Daniel Mayer forjou provas para proteger criminosos e desviou investigações do homicídio

Entidades ameaçam processar veículos de comunicação por exposição de delegado preso - Fotos: Reprodução/Google Maps

Nesta quarta-feira (18/9), o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado de Alagoas (SINDEPOL/AL) e a Associação dos Delegados de Polícia de Alagoas (ADEPOL/AL) emitiram uma nota conjunta, ameaçando processar veículos de comunicação, sites e redes sociais que publicarem imagens do delegado Daniel Mayer, que foi preso ontem suspeito de interferir na investigação da morte do empresário Kleber Malaquias.

De acordo com o Ministério Público de Alagoas (MPAL), Mayes teria forjado provas que foram produzidas em combinação com outros envolvidos no intuito de alterar a verdade dos fatos, objetivando induzir a erro o corpo de jurados, os juízes e a própria sociedade. "Tais fatos foram demonstrados após a descoberta, judicialmente autorizada, que comprovou a troca de favores em beneficio da fraude", reiterou o órgão.

Além disso, o MPAL também informou que obteve conversas reveladoras, igualmente por meio de autorização judicial. Portanto, apesar de afirmar que o delegado é investigado, Mayer é, na verdade, réu, já que a denúncia feita pelo órgão ministerial foi aceita pelo Poder Judiciário.

Na nota enviada à imprensa, as entidades expressaram "indignação" com a prisão da autoridade policial e defenderam que ele ainda não foi formalmente acusado, sendo apenas investigado, e destacou que ele goza das garantias constitucionais de presunção de inocência.

A nota também criticou a divulgação da imagem de Daniel Mayes, afirmando que foi usada de forma "sensacionalista", prejudicando sua reputação. As entidades citaram o artigo 5º da Constituição Federal e decisões do Superior Tribunal de Justiça, que proíbem o uso não autorizado de imagens sem prova de prejuízo para fins de indenização.

Além disso, o documento solicitou a "retirada imediata" das imagens do delegado dos meios de comunicação, alegando que a exposição está prejudicando sua vida pessoal e profissional, gerando um julgamento antecipado e irreparável perante a sociedade. "Os eventuais direitos de resposta não são suficientes para reparar o dano já sofrido", acrescentou.

"Diante do exposto, o Sindicato solicita a imediata retirada das imagens do delegado Daniel José Galvão Mayer de todos os veículos de comunicação e redes sociais, assegurando o respeito à presunção de inocência e à dignidade do investigado, conforme os princípios constitucionais e legais. A continuidade dessa exposição causa prejuízos irreparáveis e reforça um julgamento público sem base legal".