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MP denuncia correspondente bancário por desviar R$ 723 mil de 67 clientes em Alagoas

Acusado usava acesso privilegiado para aplicar golpes; Ministério Público pede bloqueio de bens e indenização às vítimas

MP denuncia correspondente bancário por desviar R$ 723 mil de 67 clientes em Alagoas - Fotos: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Ministério Público de Alagoas (MPAL), por meio da Promotoria de Justiça de Olho D’Água das Flores, denunciou um correspondente bancário, vinculado ao Banco do Brasil, por desviar mais de R$ 723 mil das contas de 67 clientes de uma instituição financeira no município, localizado no Sertão alagoano. Entre as vítimas, estão 17 idosos com idades entre 62 e 83 anos.

Segundo a denúncia, o acusado cometeu os crimes de peculato, falsidade ideológica qualificada e inserção de dados falsos em sistema de informação. Ele aproveitava o cargo de correspondente bancário autorizado, com acesso aos sistemas do banco, para realizar transferências indevidas, contratar empréstimos fraudulentos e forjar autorizações digitais e documentos, tudo sem o conhecimento dos titulares das contas.

“O cidadão agiu de má-fé, de forma muito bem planejada, aplicando golpe em pessoas que acreditaram o tempo todo que suas contas estavam seguras. Foram 67 pessoas lesadas, inclusive pessoas com mais de 70 e 80 anos, então o Ministério Público solicitou ao Poder Judiciário que seja punido, dentro da lei, e para garantir o ressarcimento e indenização às vítimas”, afirmou o promotor de Justiça Alex Almeida, autor da ação.

O MPAL solicitou o sequestro e a indisponibilidade de todos os bens do acusado, incluindo valores em contas bancárias, veículos, imóveis, criptoativos e quaisquer recursos vinculados a jogos eletrônicos, como o chamado “jogo do tigrinho”, citado na apuração. Além da condenação criminal, o órgão requereu o pagamento de indenização mínima às vítimas pelos prejuízos causados.

Ainda segundo o promotor, o denunciado se enquadra como funcionário público para fins penais, já que, mesmo sem vínculo direto com a administração pública, exercia função delegada por uma instituição financeira federal, o Banco do Brasil. “Ele tinha o compromisso com a instituição bancária que nele depositou confiança, utilizou-se disso para furtar o cofre e se apropriar do dinheiro alheio”, acrescentou Alex Almeida.