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Crise habitacional atinge comunidade Wassu Cocal e órgãos cobram ações urgentes
Indígenas vivem em casas de taipa em risco no município de Joaquim Gomes
Mais de 80 famílias da comunidade indígena Wassu Cocal, em Joaquim Gomes (AL), vivem em casas de taipa precárias, muitas em risco de desabamento e sem acesso a serviços básicos. Diante da situação crítica, o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) emitiram uma recomendação conjunta exigindo medidas emergenciais e estruturais do poder público.
O que a recomendação pede?
O documento, assinado pelo procurador da República Eliabe Soares e pelo defensor regional Diego Alves, estabelece duas prioridades:
- Medidas estruturais: Construção de moradias adequadas por meio de programas como PNHR (Programa Nacional de Habitação Rural) ou Vida Nova na Sua Casa, com base em levantamento já feito pela DPU e DSEI/AL.
- Medidas emergenciais: Apoio imediato às famílias, como auxílio-moradia, abrigos provisórios ou outras formas de assistência social, enquanto as casas não são construídas.
Além disso, FUNAI e DSEI/AL devem monitorar a comunidade, especialmente durante o período de chuvas, prestando apoio direto e informando as ações realizadas.
Prazos e cobranças
A prefeitura de Joaquim Gomes tem 30 dias para apresentar um plano detalhado com cronograma de soluções habitacionais. Já a resposta formal à recomendação, com as providências adotadas, deve ser enviada em 15 dias.
Histórico de descaso
O problema não é novo. Em 2022, chuvas fortes destruíram cerca de 50 casas, mas a maioria das famílias segue desabrigada ou em moradias inseguras. Em março de 2025, o MPF vistoriou a região e confirmou a precariedade das construções. Recentemente, lideranças indígenas relataram o agravamento da situação após novas chuvas.
Direitos violados
A recomendação lembra que o direito à moradia digna está previsto na Constituição Federal, em tratados internacionais e na Convenção 169 da OIT, que obriga o Estado a proteger as condições de vida dos povos indígenas. Além disso, leis como o Minha Casa, Minha Vida e o PNHR preveem atendimento específico a essas comunidades.
"A construção de moradias dignas para os Wassu Cocal é questão de justiça social, reparação histórica e respeito à dignidade humana", destacam MPF e DPU.
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