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Ex-diretor da PRF confirma blitze no Nordeste em 2022, mas nega viés político
Em depoimento ao STF, Djairlon Moura afirma que fiscalização continuou após ordem judicial por entender que se tratava apenas de infrações de trânsito
O ex-diretor de Operações da PRF, Djairlon Henrique Moura, confirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (27) que a corporação realizou blitze no Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022, mas negou qualquer motivação política. O testemunho ocorre no âmbito da ação penal sobre suposto golpe no governo Bolsonaro, que tem como réu o ex-ministro Anderson Torres.
Os principais pontos do depoimento
✔ Confirmação das operações: Moura admitiu a intensificação de fiscalizações de ônibus no domingo eleitoral, especialmente no Nordeste – região onde Lula liderava as pesquisas.
✔ Desobediência à ordem judicial: O ex-diretor justificou a continuidade das blitze após determinação do ministro Alexandre de Moraes (então presidente do TSE) alegando que a proibição se referia apenas ao "transporte de eleitores", não a infrações de trânsito.
✔ Respaldo da AGU: Moura citou parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) que sustentava esse entendimento.
✔ Reuniões com Anderson Torres: Confirmou encontros no Ministério da Justiça antes das eleições, onde houve pedido para "máximo de efetivo nas ruas", mas negou "direcionamento político".
✔ Operação pré-eleitoral: Revelou que, em julho de 2022, o MJ ordenou fiscalização de ônibus saindo de São Paulo e Centro-Oeste para o Nordeste, sob alegação de investigação da PF sobre "recursos financeiros".
O contexto da ação penal
O depoimento integra as oitivas de testemunhas de defesa de Anderson Torres, acusado pela PGR de integrar o "núcleo crucial" de uma suposta tentativa de golpe. A defesa sustenta que Torres agiu dentro da legalidade.
O STF deve ouvir mais 24 testemunhas arroladas pela defesa. O ministro Alexandre de Moraes analisará as contradições entre versões.
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