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Judiciário promove escuta histórica de quilombolas na Serra da Barriga e fortalece ações em Direitos Humanos
Encontro nacional reuniu CNJ, tribunais e lideranças quilombolas em União dos Palmares para debater políticas de inclusão e garantir visibilidade às comunidades tradicionais
A tarde desta segunda-feira (2/6) foi dedicada ao diálogo com comunidades quilombolas, durante o I Encontro Nacional de Órgãos e Assessorias de Direitos Humanos do Judiciário Brasileiro.
A programação ocorreu na Serra da Barriga, em União dos Palmares, e reuniu membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tribunais e movimentos sociais.
Pela manhã, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, visitou o Parque Memorial Quilombo dos Palmares e destacou a importância simbólica do local.
Escuta qualificada
A juíza auxiliar da presidência do CNJ, Karen Luise Sousa, afirmou que a iniciativa fortalece a conexão do Judiciário com a sociedade. “Nós ouvimos, colhemos sugestões e distribuímos as demandas conforme as competências de cada órgão”, explicou.
Ela destacou que o Judiciário precisa conhecer as realidades locais para promover ações efetivas. “Se a gente não conhece a realidade, não compreende as necessidades do grupo social envolvido”, disse.
“Cada um sai daqui com a tarefa de pensar ações concretas que possam transformar a vida desses sujeitos”, completou.
Visibilidade
Nívia Queiroz, do Quilombo Carrasco, em Arapiraca, ressaltou o impacto da iniciativa para as comunidades. “Projetos assim nos permitem falar das nossas questões e ter visibilidade”, avaliou.
Segundo ela, muitos desafios se repetem entre os territórios, e encontros como este ajudam a unir vozes. “Se não há um evento como esse, não tem como ter voz, nem como reivindicar”, afirmou.
“Isso mostra que temos vez e voz e que devemos ocupar esse lugar e falar”, completou.
Serra da Barriga como cenário simbólico
O coordenador de Direitos Humanos do TJAL, Pedro Montenegro, destacou a importância de o evento acontecer no local símbolo da resistência negra.
“A presença das comunidades, dos verdadeiros donos do Brasil, permite uma escuta atenta e acolhedora”, declarou.
Ele reforçou que o encontro permitiu reflexões profundas e resultados duradouros. “Acho que não seremos os mesmos depois desse encontro”, pontuou.
“Já projetamos novos passos para seguir ouvindo e atuando junto com essas populações”, concluiu.
Presenças e encaminhamentos
Participaram do encontro o desembargador Tutmés Airan, presidente da CDH do TJAL, a presidente da Coordenação Quilombola Feminina de Alagoas, Genilda Maria da Silva, e o coordenador estadual da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Manoel Oliveira dos Santos.
Também estiveram presentes o coordenador executivo da Conaq, Biko Rodrigues, e a representante da Rede Nacional de Religiões Afro Brasileiras ( Renafro), Mirian Cristiane Alves.
A programação da tarde foi encerrada com uma reunião do Observatório de Direitos Humanos sobre a formação de uma rede judiciária nacional de proteção aos Direitos Humanos.
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