» Sociedade

Aluno de jiu-jitsu receberá indenização de R$ 313 milhões após ficar tetraplégico em aula

Júri e cortes americanas mantiveram decisão que responsabilizou academia e instrutor faixa-preta por lesão catastrófica

Jack Greener (acima) recebe golpe que o deixou tetraplégico - Fotos: Reprodução/Instagram

Em um caso que abalou o mundo das artes marciais, o americano Jack Greener, 30 anos, obteve vitória definitiva na Justiça dos EUA e terá direito a US$ 56 milhões (R$ 313 milhões) após ficar tetraplégico durante uma aula de jiu-jítsu em 2018. O incidente ocorreu semanas antes de sua formatura na faculdade.

O que aconteceu?


Greener, então faixa-branca iniciante, treinava com o instrutor faixa-preta Francisco Iturralde, 33, conhecido como "Sinistro", na academia Del Mar Jiu Jitsu (San Diego, Califórnia). Um vídeo do treino mostra o momento em que Iturralde torce o pescoço de Greener com uma técnica que esmagou suas vértebras cervicais. A lesão o deixou instantaneamente tetraplégico e causou múltiplos derrames durante meses de hospitalização.

Disputa entre especialistas


Rener Gracie (neto de Hélio Gracie), testemunha do caso, afirmou que o instrutor aumentou riscos além do aceitável: "Aplicou uma técnica que colocou todo seu peso no pescoço do aluno".  Royler Gracie, tio de Rener porém, defendeu que foi um "acidente" e discordou da negligência atribuída à academia.

Batalha jurídica milionária


Em 2023, um júri em San Diego concedeu a Greener US$ 46 milhões (R$ 257 milhões). A academia recorreu, mas a Suprema Corte da Califórnia e um tribunal de apelações mantiveram a decisão, elevando o valor para US$ 56 milhões com juros. A defesa de Greener argumentou que a academia e Iturralde "aumentaram irracionalmente os riscos" do esporte.

O caso estabelece um precedente jurídico nos EUA, reforçando que instrutores e academias podem ser responsabilizados por técnicas perigosas e atletas lesionados têm direito a reparação quando há negligência comprovada.

Vida após o acidente


Greener, hoje palestrante motivacional e alpinista adaptado, segue em tratamento. A academia ainda tenta um recurso na Suprema Corte federal, mas as chances são consideradas remotas.

As informações são da coluna Page Not Found, do site Extra Online.