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Supeita de tortura e homicídio em Santana: advogado pede afastamento de PMs

Família alega que vítima foi torturada até a morte; PM afirma que ação foi contra ponto de drogas e que homem tinha passagem por crimes graves

Arielle e seu marido, Rogério Almir Santos de Lima. - Fotos: Reprodução

O caso da morte de Rogério Almir Santos de Lima, de 32 anos, ocorrido em Santana do Ipanema, continua gerando polêmica. O advogado da família, Walisson dos Reis Pereira, gravou um vídeo neste domingo (13) denunciando supostas falhas na investigação e pedindo o afastamento dos policiais militares envolvidos. Segundo ele, seu cliente teria sido torturado até a morte pelos militares durante uma ação na última quarta-feira (9).


A esposa de Rogério afirma que ele foi vítima de tortura dentro da própria residência. O advogado revelou que existem marcas de sangue e cordas no local que comprovariam a violência, mas lamentou que a perícia não tenha sido realizada no imóvel. Ele também denunciou ameaças contra familiares e testemunhas que estariam sendo coagidas a não darem suas versões dos fatos.

Em contrapartida, a Polícia Militar de Alagoas apresentou uma versão completamente diferente dos fatos. Segundo a corporação, as equipes da Companhia de Caatinga (Copes) atuavam no combate a um ponto de tráfico de drogas quando encontraram Rogério "se debatendo no chão". Ele foi levado ao hospital, mas não resistiu. A PM ainda informou que foram apreendidas 200 pedras de crack no local e que a vítima tinha passagem pela polícia por homicídio qualificado, tráfico de drogas e posse ilegal de arma.

A Polícia Civil, por meio do delegado Leonardo Amorim, responsável pelo caso, afirmou que todas as linhas de investigação estão sendo apuradas com rigor. O delegado destacou que uma comissão especial de investigadores será formada para garantir a transparência do inquérito, que ainda está em fase inicial. O Ministério Público também foi acionado pelo advogado da família para acompanhar o caso.