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Pesquisa Quaest: 72% dos brasileiros reprovam tarifas de Trump contra o Brasil

Confronto comercial com EUA impulsiona popularidade de Lula, que sobe 3 pontos e reduz desaprovação para 53%

Lula deu a resposta ao "tarifaço" de Trump. - Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Uma ampla maioria de brasileiros (72%) considera equivocada a decisão do presidente americano Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, conforme pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (16). O levantamento revela que 79% da população acredita que a medida prejudicará suas famílias, enquanto 53% apoiam a reação do governo Lula.


Destaques da pesquisa:

- Impacto na popularidade: Aprovação de Lula subiu de 40% para 43%, enquanto a desaprovação caiu de 57% para 53%
- Perfil do apoio: Melhora ocorreu entre classes médias (renda de 2-5 salários), Sudeste e pessoas com ensino superior
- Divisão política: 44% acham que Lula/PT agiram corretamente; 29% apoiam postura de Bolsonaro e aliados

Os números do confronto comercial:


- 63% rejeitam afirmação de Trump sobre relação comercial "injusta"
- 55% consideram que Lula provocou o americano durante cúpula do BRICS
- 84% defendem união entre governo e oposição para defender o país

O diretor da Quaest, Felipe Nunes, analisa que o embate transformou Lula em protagonista da agenda nacional: "O governo pautou setores médios menos ideológicos com uma agenda que unificou a esquerda e dividiu a direita". A pesquisa mostra ainda que 57% rejeitam o direito de Trump criticar processos judiciais contra Bolsonaro.

Expectativas e impacto eleitoral:


- 59% acreditam que Trump manterá as tarifas
- Apenas 19% dizem que o episódio fará votar mais em Lula em 2026
- Igual porcentagem (19%) afirma que se inclinará para Bolsonaro ou seu apoiado

O levantamento ouviu 2.004 pessoas em 120 municípios entre 10 e 14 de julho, com margem de erro de 2 pontos percentuais. O momento marca virada na avaliação presidencial após recorde negativo em junho, sugerindo que a crise diplomática reposicionou Lula como defensor dos interesses nacionais.