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Reações políticas divergem sobre tornozeleira eletrônica em Bolsonaro

Enquanto opositores celebram "vitória do Estado Democrático", aliados do ex-presidente falam em "humilhação política"

Ex-presidente disse que as medidas cautelares impostas pelo STF contra ele são uma “suprema humilhação” - Fotos: Antônio Cruz/Agência Brasil

A decisão judicial que determinou o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e a operação da Polícia Federal em sua residência nesta sexta-feira (18) gerou reações acaloradas no cenário político brasileiro. As manifestações revelam o profundo abismo entre governistas e oposicionistas no país.


Oposição celebra medida judicial

Lideranças petistas foram as primeiras a se manifestar. O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) revelou que a medida teve origem em representação de sua autoria contra Eduardo Bolsonaro: "Ao denunciar a tentativa de facilitar a fuga de Jair, reforçamos a urgência da tornozeleira. É uma vitória do Estado de Direito contra o golpismo transnacional".

A deputada Maria do Rosário (PT-RS), conhecida rival de Bolsonaro, afirmou que a medida reduz riscos: "Não dá pra deixar esse criminoso fugir. Bolsonaro começa a ser responsabilizado por seus crimes contra o Brasil". Já o secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, não escondeu alívio: "Golpista tem que ir para a cadeia. Estava com receio de ele fugir como o filho".

Aliados falam em "perseguição política"

Do outro lado, familiares e correligionários do ex-presidente reagiram com indignação. Eduardo Bolsonaro, atualmente nos EUA, acusou o ministro Alexandre de Moraes de "dobrar a aposta" após as mensagens com Donald Trump.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou as medidas como "humilhação proposital": "Proibir o pai de falar com o próprio filho é o maior símbolo do ódio que tomou conta de Moraes". O PL, partido de Bolsonaro, emitiu nota oficial repudiando a operação e afirmando que o ex-presidente sempre colaborou com as investigações.