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Lula compara extremismo político atual com ascensão nazista e defende democracia em evento no Chile

Presidente participou de reunião internacional "Democracia Sempre" e alertou sobre riscos ao sistema democrático

Presidente avaliou encontro com chefes de Estado no Chile. - Fotos: Ricardo Stuckert/PR

Em discurso no Chile durante o encontro "Democracia Sempre", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma forte comparação entre a atual onda de extremismo político e a ascensão do Partido Nazista na década de 1930. O evento, organizado pelo presidente chileno Gabriel Boric, reuniu líderes como Gustavo Petro (Colômbia), Pedro Sánchez (Espanha) e Yamandú Orsi (Uruguai) para discutir desafios à democracia.


"Por que estamos fazendo esse movimento? Porque a democracia corre risco com o extremismo, como ocorreu na fundação do Partido Nazista, com a ascensão de Hitler", afirmou Lula a jornalistas. "O que queremos é democracia, não importa se de direita, esquerda ou centro. Queremos o exercício da democracia com tolerância, respeito à diversidade e ao pensamento ideológico", completou.

Os líderes presentes assinaram uma declaração conjunta com ações prioritárias para fortalecer a democracia, incluindo:

- Promoção de um multilateralismo inclusivo
- Reforma do sistema de governança global
- Fortalecimento da cooperação entre Estados democráticos
- Compromisso com a paz e direitos humanos

O encontro também abordou o combate às desigualdades e o enfrentamento à desinformação, temas que Lula classificou como urgentes diante da ofensiva antidemocrática global.

Tensões comerciais com os EUA


Questionado sobre os recentes ataques tarifários de Donald Trump contra o Brasil, Lula afirmou que ainda não há uma "guerra tarifária", mas alertou para possíveis retaliações caso os EUA não recuem. "Guerra tarifária vai começar quando eu der a resposta a Trump se ele não mudar de opinião", disse, destacando esforços diplomáticos e a necessidade de diálogo entre empresários dos dois países.

A iniciativa "Democracia Sempre" terá continuidade em setembro, durante a 80ª Assembleia Geral da ONU em Nova York, com a participação de líderes de México, Canadá, Reino Unido e outros países.