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Homem é condenado a 17 anos por feminicídio de mulher em situação de rua em Maceió

Givanildo da Silva Lima foi sentenciado por matar Renata Bonfim com 20 facadas; crime ocorreu em 2022, no bairro Jaraguá

Homem é condenado a 17 anos por feminicídio de mulher em situação de rua em Maceió - Fotos: Assessoria/MPAL

O Tribunal do Júri de Maceió condenou, nesta quinta-feira (31/7), Givanildo da Silva Lima a 17 anos de reclusão, em regime inicial fechado, pelo feminicídio de Renata Bonfim. A vítima, que vivia em situação de rua, foi brutalmente assassinada com 20 golpes de faca peixeira na Avenida Walter Ananias, no bairro Jaraguá, em 28 de julho de 2022.

Segundo os autos, Renata e o acusado aparentavam ter amizade e foram vistos consumindo bebida alcoólica com outras pessoas em situação de rua, na Praça Dois Leões, na noite anterior ao crime. Após um desentendimento entre o grupo, ela foi vista pela última vez acompanhada de Givanildo, caminhando em direção à estação ferroviária do bairro.

O corpo da vítima foi localizado na manhã seguinte, apresentando múltiplas perfurações de arma branca. As investigações reuniram provas como testemunhos, laudos fotográficos e imagens que mostravam Givanildo com a camisa ensanguentada. Ao ser questionado, ele deu versões contraditórias, alegando em uma delas que a mancha seria de açaí, e, em outra, que teria se cortado com um vidro ao tentar fracionar uma pedra de crack.

Durante o julgamento, o Ministério Público de Alagoas (MPAL), representado pelo promotor de Justiça Rodrigo Lavor, sustentou a acusação de feminicídio qualificado, com base no artigo 121, § 2º, inciso IV do Código Penal — recurso que dificultou a defesa da vítima.

“Atuamos requerendo a aplicação do rigor da lei, uma vez que o assassinato foi bárbaro. Com o réu devidamente condenado, o Ministério Público de Alagoas desempenhou o seu papel constitucional de promoção da justiça social, garantindo uma resposta penal proporcional, justa e necessária diante da brutalidade do crime praticado. Reforçamos, também, que o MPAL estará sempre em defesa das vidas e contra qualquer violência sofrida pelas mulheres”, destacou o promotor.

Lavor também relembrou a grande repercussão do caso na imprensa à época, dada a extrema violência envolvida, e chamou atenção para a necessidade urgente de políticas públicas que protejam populações em situação de vulnerabilidade social

*Com informações da Assessoria