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Surpresa na UPA: Idoso declarado morto em UPA de Palmeira dos Índios é encontrado vivo em necrotério

Familiares notaram sinais de vida no paciente após encaminhamento ao necrotério

A UPA de Coruripe foi construída pelo Governo de Alagoas e recebeu investimentos da ordem de R$ 9,2 milhões - Fotos: Marco Antônio / Ascom Sesau

Um caso inusitado chamou a atenção em Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas, envolvendo um idoso de 90 anos que foi declarado morto pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, mas acabou sendo encontrado vivo momentos depois. O episódio ocorreu na madrugada da última terça-feira (2/9) e foi confirmado pela administração da unidade de saúde.

O paciente, natural de Igaci, deu entrada na UPA na segunda-feira (1º), permanecendo internado durante o dia. Por volta das 2h30 da madrugada seguinte, ele sofreu uma parada cardiorrespiratória. A equipe médica tentou reanimá-lo, mas, sem sucesso, atestou o óbito e encaminhou o corpo ao necrotério.

No entanto, ao chegarem ao necrotério, familiares perceberam sinais de respiração e sons semelhantes a roncos no idoso. Equipes médicas foram acionadas e confirmaram a presença de pulsação, reconduzindo o paciente à área vermelha para atendimento emergencial. Apesar da respiração, ele não apresentava resposta a estímulos naquele momento.

Após a realização de novos exames, a morte foi oficialmente registrada na madrugada de quarta-feira (3), e o corpo foi liberado para sepultamento. Posteriormente, com a confirmação de que o paciente estava vivo, os procedimentos médicos foram retomados para garantir a assistência necessária.

Em nota, a direção da UPA afirmou que não houve falhas técnicas, médicas ou de enfermagem no atendimento prestado ao paciente.

Confira a nota na íntegra:

"A UPA de Palmeira dos Índios/AL esclarece, de forma técnica e transparente, os fatos envolvendo o paciente acima identificado, visando resguardar a informação correta à família e à comunidade, bem como a integridade do trabalho multiprofissional desenvolvido na unidade.

No dia 01/09/2025: o paciente deu entrada na UPA, foi acolhido e encaminhado para avaliação e tratamento, conforme protocolos assistenciais vigentes, com registros em prontuário.

Na data 02/09/2025 – 02h30: o paciente apresentou uma parada cardiorrespiratória (PCR). Foram instituídas as medidas cabíveis, incluindo monitorização, verificação de pressão arterial e pulso por mais de um profissional (técnicos de Enfermagem, enfermeiro e médico) e eletrocardiograma (ECG), que constatou a AUSÊNCIA DOS BATIMENTOS CARDÍACOS.

Após aproximadamente 1 hora, em observação na área vermelha, MANTEVE-SE A AUSÊNCIA DE SINAIS VITAIS. Após a checagem multiprofissional, o paciente foi encaminhado ao necrotério pela equipe de maqueiros.

No Início da manhã de 02/09/2025: o médico de plantão emitiu a Declaração de Óbito. À pedido da família, procedeu-se a visualização do paciente no necrotério e, nesse momento, os familiares identificaram movimentos respiratórios. O paciente foi imediatamente reconduzido à área vermelha, onde se confirmou presença de respiração e pulso. Foram retomadas as condutas e todos os cuidados cabíveis. Apesar da respiração, não havia resposta a estímulos naquele momento. Registra-se que, antes do evento inicialmente interpretado como óbito, o paciente estava entubado e, ao voltar do necrotério, estava respirando no suporte ventilatório (Máscara de Hudson).

Não foram identificadas falhas técnicas, médicas ou de enfermagem no atendimento prestado, à luz dos registros e das avaliações multiprofissionais documentadas.

Procedimentos adotados:

• Avaliação e checagem multiprofissional (médico, enfermeiro e técnicos de Enfermagem) da presença de sinais vitais;
• ECG realizado, demonstrando ausência de batimentos no momento da PCR;
• Monitorização e observação em área crítica (área vermelha), por período adequado à confirmação clínica da ausência de sinais vitais;
• Emissão de Declaração de Óbito pelo médico de plantão, observando os achados vigentes à época da avaliação;
• Imediata reversão do fluxo assistencial e retomada do cuidado intensivo, assim que identificados respiração e pulso, com comunicação à família.

Esclarecimentos importantes:

• Não foram identificadas falhas técnicas, médicas ou de enfermagem no atendimento prestado, à luz dos registros e das avaliações multiprofissionais documentadas;
• O caso permanece à disposição para análise pelas instâncias competentes (p. ex.: Núcleo de Segurança do Paciente/Comissão de Revisão de Óbitos), reforçando o compromisso institucional com a qualidade assistencial, transparência e segurança do paciente;
• Todos os registros assistenciais e exames (incluindo traçados de ECG e evoluções em prontuário) estão disponíveis, nos termos da legislação aplicável, para as autoridades e para a família.

A UPA de Palmeira dos Índios/AL permanece à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais que se fizerem necessários."