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Advogado é condenado a 16 anos por tentar matar companheira após festa em São Miguel dos Campos
Crime foi reconhecido como tentativa de feminicídio qualificado; vítima sobreviveu após capotar o carro para fugir das agressões

O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), por meio da 42ª Promotoria de Justiça da Capital, obteve a condenação do advogado Sandro Vieira Fernandes, acusado de tentar matar a então companheira, Delba dos Santos Fernandes. O crime, praticado com extrema violência, foi reconhecido pelos jurados como tentativa de feminicídio qualificado, resultando em uma pena de 16 anos e 6 meses de reclusão. O júri ocorreu na quinta-feira (9/10), em Maceió.
De acordo com a denúncia, o crime aconteceu em 15 de setembro de 2021, na BR-101, no município de São Miguel dos Campos. Após uma discussão dentro do carro em que o casal estava — voltando de uma festa —, Sandro começou a agredir a vítima com golpes de faca e socos. Para tentar escapar, Delba, que dirigia o veículo, provocou o capotamento proposital do automóvel, buscando interromper a sequência de agressões.
Mesmo após o acidente, o agressor continuou os ataques, desferindo novos golpes de faca no pescoço, pernas e costas da companheira, além de mordê-la nos braços. Ferida, a vítima conseguiu fugir por uma área de vegetação até encontrar ajuda de um vigilante, que acionou o socorro. Ela foi levada a um hospital em Maceió, onde passou por cirurgia.
Segundo o MPAL, Delba sofria agressões físicas e psicológicas há mais de 22 anos de relacionamento. A promotora de Justiça Adilza Inácio de Freitas, responsável pelo caso, destacou a gravidade da tentativa e o simbolismo da sentença. “Foi uma tentativa brutal, marcada pela frieza e pela intenção clara de matar. A vítima sobreviveu por um ato de resistência e coragem. A pena imposta é uma resposta firme do sistema de Justiça à violência de gênero”, afirmou.
Após mais de dez horas de julgamento, os jurados acataram integralmente a tese do Ministério Público. Como Sandro já estava preso, seguirá detido para cumprimento da pena.
“A condenação, considerada expressiva para casos de tentativa, reforça o papel do Ministério Público na defesa da vida e na proteção das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar”, completou a promotora.
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