» Sociedade

MPF media diálogo entre comunidade Xucuru Kariri e Seduc sobre gestão escolar em Palmeira dos Índios

Reunião discutiu desligamento de servidores e buscou promover entendimento entre lideranças indígenas e autoridades educacionais

MPF media diálogo entre comunidade Xucuru Kariri e Seduc sobre gestão escolar em Palmeira dos Índios - Fotos: Assessoria

O Ministério Público Federal (MPF) realizou, nesta quarta-feira (22/10), uma reunião de mediação com representantes da comunidade indígena Xucuru Kariri, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Secretaria de Estado da Educação de Alagoas (Seduc). O encontro teve como objetivo tratar de questões administrativas e de convivência relacionadas à Escola Estadual Indígena José Gomes Celestino, localizada na aldeia Boqueirão, em Palmeira dos Índios.

Durante a reunião, o procurador da República Eliabe Soares ouviu esclarecimentos da Seduc sobre o desligamento de dois servidores indígenas, medida que provocou insatisfação entre membros da comunidade. A Secretaria explicou que a decisão resultou de infrações administrativas apuradas em processo interno, e que as vagas foram imediatamente ocupadas por outros candidatos indígenas da mesma etnia, conforme o processo seletivo vigente.

A Seduc destacou que, diante da gravidade das condutas constatadas, os servidores afastados não poderão ser realocados em outras escolas indígenas, reforçando que a medida visou preservar o ambiente escolar. Representantes da comunidade, entretanto, relataram desconforto e afirmaram que a decisão teria sido influenciada por disputas internas e divergências familiares.

O antropólogo do MPF, Ivan Farias, observou que os conflitos apresentados refletem questões históricas e socioculturais próprias do povo Xucuru Kariri. O procurador Eliabe Soares ressaltou que a escola deve permanecer como espaço de união e aprendizado, defendendo a continuidade do diálogo entre comunidade e gestão escolar.

De acordo com o MPF, o processo administrativo que levou ao desligamento dos servidores está encerrado, sem irregularidades identificadas. A instituição orientou que novos casos de conflito ou denúncias sejam formalizados, para que possam ser apurados com transparência e respeito às tradições indígenas.