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Hospital Veredas contesta denúncias e atribui atraso salarial à gestão anterior e a falhas nos repasses

Unidade afirma que reduziu dívida herdada de quase R$ 10 milhões e que greve é resultado de passivos acumulados antes da intervenção

Fachada do Hospital Veredas, em Maceió - Fotos: Divulgação

O Hospital Veredas, em Maceió, divulgou nesta quarta-feira (3/12) uma nota de esclarecimento em que rebate informações divulgadas por funcionários em greve e explica a situação financeira enfrentada pela unidade desde a intervenção determinada pela Justiça Federal. O documento, assinado pela Direção Geral do hospital, detalha valores devidos, pagamentos realizados e dificuldades administrativas vividas pela instituição ao longo do último ano.

Segundo o hospital, a intervenção começou em 28 de novembro de 2024, quando uma Comissão Interventora assumiu a administração após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Justiça Federal, o Governo de Alagoas e a Prefeitura de Maceió. O acordo buscou restabelecer condições mínimas de gestão, diante de “grave desequilíbrio organizacional e econômico”.

À época, o hospital teria herdado um passivo salarial de R$ 9,99 milhões, equivalente a quatro folhas de pagamento acumuladas, incluindo o piso da enfermagem. Além disso, também havia dívidas com médicos e fornecedores que continuavam prestando serviços mesmo sem receber integralmente.

A direção afirma que, desde então, a Comissão Interventora realizou pagamentos para reduzir o rombo financeiro, incluindo R$ 1,52 milhão no dia seguinte à intervenção e outros R$ 6,31 milhões ao longo de 2025. Ainda assim, um passivo de R$ 2,16 milhões referentes a 2024 permaneceu pendente — valor que, segundo o hospital, é responsabilidade da gestão anterior.

Além disso, o Veredas informa que desembolsou R$ 14,89 milhões em 2025, montante equivalente a pouco mais de uma folha mensal, e que mantém o pagamento regular de R$ 800 mil por mês em dívidas trabalhistas por meio de acordos judiciais. Mesmo assim, o passivo atual com funcionários chega a R$ 6,87 milhões, número que corresponde a três folhas de pagamento.

A administração contesta a alegação de que haveria quatro meses de salários atrasados. De acordo com a nota, o passivo caiu R$ 1,60 milhão ao longo dos dez meses de intervenção.

O hospital também aponta que atrasos nos repasses financeiros referentes à produção hospitalar — principal fonte de custeio das folhas de pagamento — contribuíram diretamente para o movimento grevista. Apesar disso, destaca avanços na governança e na reorganização da unidade, afirmando que a produção cresceu ao longo de 2025 e que a instituição vem “restabelecendo sua capacidade instalada como referência no atendimento ao SUS”.

A direção agradeceu o apoio de colaboradores, médicos e fornecedores e reiterou que seguirá trabalhando para quitar integralmente as dívidas herdadas e normalizar o funcionamento da instituição.