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MPAL requer R$ 400 mil em indenização para famílias afetadas por troca de bebês em hospital

Ação busca reparação por danos morais coletivos após negligência em UTI Neonatal de Arapiraca

Débora Maria teve seu filho trocado - Fotos: Reprodução

O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), por meio das 1ª e 6ª Promotorias de Justiça da Comarca, ajuizou uma Ação Civil Pública contra o Hospital Nossa Senhora do Bom Conselho, no município de Arapiraca, após a comprovação da troca de dois recém-nascidos na UTI Neonatal da unidade.

O erro, ocorrido em 2022, só foi descoberto dois anos depois, quando uma das mães, Débora Maria Ferreira Silva, recebeu a foto de uma criança que deveria ser José Bernardo, filho de outra parturiente, e percebeu uma grande semelhança com um de seus próprios filhos. A partir disso, ambas as famílias realizaram exames de DNA, que confirmaram a troca.

De acordo com o MPAL, três bebês, dois deles gêmeos, precisaram de cuidados especiais na Unidade de Terapia Intensiva, ficando separados das mães logo após o nascimento. Ao receberem alta, as famílias não suspeitaram da troca, que só foi revelada após a comparação das fotos e os testes genéticos.

Na ação, os promotores Thiago Chacon e Viviane Farias destacam que o hospital tinha a obrigação de identificar corretamente os recém-nascidos e entregá-los aos seus pais biológicos, conforme determina o artigo 229 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O Ministério Público reforça que a falha causou impacto emocional significativo às famílias e às crianças, que precisaram se adaptar a uma nova realidade após a troca ter sido desfeita.

Diante da gravidade do caso, o MPAL pede o pagamento de R$ 200 mil para cada família como indenização por danos morais coletivos e a destinação de outros R$ 200 mil para programas de capacitação profissional e modernização dos processos de identificação e segurança dos pacientes, a fim de evitar que erros como esse voltem a ocorrer.

*Com informações da Assessoria