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Defesa de Collor pede prisão domiciliar ao STF com novo relatório médico que aponta comorbidades graves

Documento reforça que Parkinson, apneia do sono e transtorno bipolar exigem cuidados; ex-presidente cumpre pena de 8 anos e 10 meses por condenação na Lava Jato

Fernando Collor está preso no Baldomero Cavalcanti desde sexta-feira (25) - Fotos: Jefferson Rudy/Agência Senado/09-11-2022

A defesa do ex-presidente Fernando Collor apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) neste sábado (26) um relatório médico detalhado que reforça a necessidade de prisão domiciliar devido a comorbidades graves. O documento, assinado por médico que acompanha Collor há anos, destaca os riscos à saúde do ex-presidente de 75 anos caso permaneça no regime carcerário comum.

O relatório aponta que a Doença de Parkinson de Collor "é progressiva" e requer medicação controlada e uso diário de aparelho CPAP para apneia do sono – condição que aumenta riscos cardiovasculares. Também alerta que o transtorno bipolar pode se agravar com "estresse, privação de sono ou ambientes hostis", podendo desencadear crises de ansiedade e depressão.

Collor foi preso na madrugada de sexta (25) em Maceió após condenação a 8 anos e 10 meses por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato. Seis ministros do STF já votaram pela manutenção da prisão, mas o caso será reanalisado no plenário virtual nesta segunda (28).

A condenação refere-se a propinas de R$ 20 milhões recebidas por Collor entre 2010-2014 por intermediar contratos da BR Distribuidora. Delatores como Alberto Youssef e Ricardo Pessoa citaram pagamentos em dinheiro, e a PF apreendeu carros de luxo vinculados a empresas de fachada.

Enquanto a defesa pressiona pela domiciliar com base em laudos médicos, o STF deve reavaliar o caso nesta semana. A decisão pode criar precedente para outros presos com condições de saúde similares.