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Após pressão de professores, Paulo Dantas enfim inicia negociação com o Sinteal

Mesmo com avanços em pontos da pauta, greve continua por falta de acordo sobre reajuste salarial de 2025

Paulo Dantas - Fotos: João Bruno/ O Alagoano

Apesar de avanços nas tratativas com o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Educação de Alagoas (Sinteal), o Governo do Estado ainda não conseguiu atender à principal reivindicação da categoria: o reajuste salarial acima da inflação para 2025. O ponto central da disputa — um aumento de 6,3%, sendo 1,44% além da correção inflacionária de 4,86% já concedida — segue sem consenso, o que mantém a categoria em estado de mobilização.

Nos últimos encontros, o governo apresentou propostas que contemplam reajustes em auxílios e benefícios, como o aumento de 50% no valor pago a servidores de áreas de difícil acesso e o reajuste do auxílio-alimentação, retroativo a janeiro. Também foram autorizadas mudanças em critérios de progressão na carreira para profissionais com mestrado e doutorado, além da previsão de concurso público ainda este ano. No entanto, o reajuste salarial segue como ponto de maior resistência por parte do Executivo estadual.

A gestão afirma que não há espaço fiscal para atender integralmente ao percentual solicitado, principalmente por causa do impacto financeiro sobre os aposentados, cujo pagamento é feito com recursos do Tesouro Estadual. Para o Sinteal, essa justificativa não anula a defasagem salarial acumulada nos últimos anos e o compromisso com a valorização efetiva da categoria.

Outro tema sensível nas conversas é a destinação de R$ 30 milhões dos recursos residuais do Fundef para profissionais que atuaram entre 1998 e 2006 — medida considerada importante, mas que não resolve as demandas salariais dos trabalhadores em atividade e aposentados.

As negociações continuam, com mediação do deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT), que destacou a importância do diálogo para garantir avanços na educação pública.