» Política

Tarifas de Trump derrubam ações brasileiras e disparam dólar

Medida de 50% sobre exportações abala mercado; Petrobras, Itaú e Santander abrem em queda nos EUA

Donald Trump enviou uma carta ao presidente Lula anunciando que as exportações brasileiras sofrerão uma taxação adicional de 50% a partir do dia 1º - Fotos: EPA/Shutterstock/Ilustração

As ações de empresas e bancos brasileiros com negociação nos Estados Unidos abriram em forte queda nesta quinta-feira (10), refletindo o impacto imediato da decisão de Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre todas as exportações do Brasil. No pré-mercado, as ações do Itaú Unibanco recuavam 2,7%, Santander registrava queda de 2,4% e a Petrobras perdia quase 1%.


O dólar futuro disparou mais de 2% na quarta-feira (9), pressionando o real e elevando os indicadores de volatilidade cambial aos maiores patamares desde abril. Analistas do Deutsche Bank classificaram o movimento como reação a uma "perigosa escalada das tensões comerciais" entre os dois países.

Segundo Graham Stock, estrategista da RBC BlueBay Asset Management, a medida de Trump está diretamente ligada a questões políticas - incluindo o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e ações judiciais contra redes sociais americanas no Brasil. Apesar do tom agressivo, Stock avalia que o impacto econômico direto pode ser limitado, já que apenas 10% das exportações brasileiras têm os EUA como destino.

O especialista alerta, porém, para o risco de o governo brasileiro transformar o conflito em bandeira política às vésperas das eleições de 2026, dificultando um acordo. A decisão de Trump ocorre dias depois de ameaçar tarifas extras de 10% sobre países do Brics, grupo que classificou como "antiamericano".

Setores específicos podem sofrer mais:

• Café: Brasil fornece 33% do consumo americano

• Suco de laranja: 50% do mercado dos EUA vem do Brasil

• Aço/alumínio: Já enfrentam tarifas de 25% e 10%

O clima de incerteza deve manter os mercados financeiros sob pressão nas próximas sessões, com reflexos nos preços internos e no custo de importações essenciais.

Com informações do Portal Terra e da Reuters.