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Candidata "laranja" do PL em Porto Calvo pode levar à cassação de três vereadores

Processo que apura suspeita de fraude à cota de gênero já teve o julgamento adiado duas vezes no TRE

Cidade de Porto Calvo - Fotos: Reprodução/Jornalismo Investigativo

Em Porto Calvo, uma denúncia sobre o uso de candidaturas femininas de fachada pelo Partido Liberal (PL) pode mudar a composição da Câmara Municipal. O caso, que já teve o julgamento adiado duas vezes pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), envolve diretamente os vereadores Larmark Vasconcelos, João Victor Melo e o vice-presidente da Casa Legislativa, David Pedrosa.

O ponto central da investigação é a candidatura de Angélica, que registrou apenas um voto nas eleições de 2024, apesar de oficialmente concorrer a uma vaga. Outras três postulantes do PL — Ackla do Jefferson, Mara e Ninha — também tiveram votações consideradas irrisórias, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os números levantaram suspeitas: juntas, as candidaturas femininas do partido somaram R$ 30 mil em gastos de campanha, mas conquistaram somente 47 votos, o equivalente a 1,9% do total. Em contraste, os homens da chapa obtiveram mais de quatro mil votos, representando 98,91% da votação.

A situação se torna ainda mais polêmica com o caso de Ackla, esposa do candidato a prefeito Jefferson Rodrigues. Ela recebeu mais de R$ 623 mil do fundo eleitoral, ficou em terceiro lugar na disputa, com pouco mais de mil votos (1.114), mas sua candidatura também é questionada.

A denúncia aponta que o PL teria promovido uma farsa para atender à cota de gênero prevista em lei, o que pode anular a chapa proporcional e, consequentemente, os votos destinados ao partido. Se a fraude for confirmada pela Justiça Eleitoral, três vereadores da legenda perderão os mandatos.