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Justiça aceita denúncia contra donos de clínica em Marechal Deodoro por novos abusos

Proprietários da unidade se tornam réus por tortura, maus-tratos e assédio sexual a pacientes internados

Clínica foi interditada - Fotos: Ascom/ PC-AL

A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público de Alagoas (MPAL) contra Maurício Anchieta de Souza e Geralda Anchieta, proprietários de uma clínica de reabilitação da cidade de Marechal Deodoro, que agora respondem por tortura, maus-tratos e assédio sexual a pacientes internados. As novas acusações envolvem práticas abusivas recorrentes dentro da unidade, conforme apontam depoimentos colhidos pela Polícia Civil.

Segundo as investigações, internos relataram que eram frequentemente submetidos a agressões físicas e verbais, além de tratamentos degradantes. Uma das vítimas afirmou ter sido obrigada a manter relações sexuais com um dos proprietários da clínica semanalmente. Com o acolhimento da denúncia, o casal passa à condição de réu e terá prazo legal para apresentar defesa.

A ação penal tramita de forma independente de outro caso de grande repercussão envolvendo a mesma unidade. Em agosto, a clínica foi interditada após a morte da esteticista Cláudia Pollyane, que apresentava sinais de violência. Na ocasião, agentes da Polícia Civil, Vigilância Sanitária, Instituto de Criminalística e Corpo de Bombeiros encontraram sangue nas paredes de um dos quartos, apelidado pelos internos de “quarto do castigo”.

Maurício Anchieta foi preso após ter fugido para um motel em Maceió, enquanto Geralda Anchieta já havia sido detida anteriormente, acusada de abusar sexualmente de uma adolescente internada na clínica. A investigação sobre a morte de Cláudia Pollyane segue em inquérito separado, enquanto a Justiça agora analisará os novos crimes denunciados envolvendo outros pacientes da unidade.